sábado, 14 de agosto de 2010

Você é livre?

Se você perguntar a alguém se ela é uma pessoa livre, a resposta pode ser algo assim: "claro que sou. Eu moro sozinho, tenho um bom emprego, tenho meu carro, posso ir aonde eu quiser, não devo satisfação à ninguém. Sim, eu sou livre." Será? Tem certeza? Se considerarmos que a liberdade NECESSARIAMENTE tem que ser interna, a resposta pode não ser tão clara assim.

Conforme crescemos e a vida vai nos levando aos caminhos naturais como o ensino fundamental, o ensino médio, faculdade, o primeiro emprego e assim por diante, cada vez mais temos a impressão de que somos livres. Ao auferir renda, a sensação de liberdade parece plena, afinal, agora o dinheiro é seu e você não tem mais que pedir à ninguém um trocado para comprar o que deseja. Mas ainda assim, alguma coisa sempre acaba nos restringindo. Algo intrínseco, algo interno e profundo, difícil de descobrir e extremamente sutil de se notar. Joãozinho queria muito comprar um jogo de rodas para seu carro, pois ele adorava o carro e queria deixa-lo mais bonito. Ele trabalhava em multinacional e com um salário muito bom, tinha dinheiro para tal aquisição. E sem perguntar a ninguém, comprou as rodas que tanto queria. Mas apesar de te-las, não conseguia se livrar de uma sensação de culpa, uma coisa que não se sabe de onde vinha, mas tinha a ver com a aprovação dos pais. Eles nunca haviam dito que ele não podia comprar as rodas ou que ficariam muito chateados se ele o fizesse, mas mesmo assim aquela sensação estava ali, espreitando a ilusória liberdade de Joãozinho.

A liberdade não consiste em fazer o que queremos, mas sim, fazer aquilo que nos faz bem desde que não prejudique ninguém. As vezes queremos algo que não necessariamente nos fará bem. Por exemplo, ligar para o ex e acabar deprimida, comprar algo supérfluo e ficar com o sentimento de culpa, como no caso de Joãozinho. A liberdade encontra-se em fazer aquilo que temos vontade, sem prejudicar ninguém e sem entrar em conflito com isso. É respeitar a nossa individualidade (não individualismo), exigir que os outros a respeitem e respeitar a individualidade alheia. É saber que temos direito de sermos tratados como indivíduo único com vontades próprias e ter plena consciência que os outros também tem.

2 comentários:

  1. Graaaaaande Erik!
    Parabéns pelo post, cara!! Está ótimo, como sempre =)
    Boa parte das pessoas, durante a maior parte de suas vidas, não se dá conta dessas conclusões que você deixou claro acima. Quanto antes descobrimos isso, antes também tenderemos a encontrar a paz e a vivermos mais felizes com nós mesmos.
    Um grande abraço!

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